terça-feira, 16 de novembro de 2010

Formação de cores : Síntese Subtrativa X Síntese Aditiva

Já foi visto que a cor de um objeto depende tanto da luz que ilumina esse objeto quanto de propriedades específicas de sua superfície e textura. Assim, existe diferença entre luz colorida e matéria colorida. Logo, a cor pode ter duas classificações diferentes: a cor-luz e a cor-pigmento.

Somando-se a luz colorida do arco-íris, obtém-se a luz branca (esse processo é chamado de síntese aditiva), somando-se matérias corantes, teremos o preto (síntese subtrativa).

Síntese Aditiva

Na síntese aditiva somam entre si radiações de diversas longitudes de onda.
Projetando-se em uma tela as três longitudes de ondas, vermelha, verde e violeta (ou azul-violeta na compreensão de alguns autores), teremos a luz branca no espaço onde houver a superposição dessas três cores. Esse é o sistema usado nos monitores e tevês. Também chamado de sistema RGB (red, green and blue).

Nas áreas da tela, onde se tem uma sobreposição parcial (dois dos três feixes), novas cores-luz se formam.


Síntese Subtrativa

Na síntese subtrativa, misturamos pigmentos coloridos transparentes que atuam como seletores ou filtros de luz. Esse o processo utilizado nas artes gráficas. É também chamado de sistema CMYK (ciano, magenta, yellow and black).

Cada tipo de pigmento tem seu próprio poder seletor, ou seja, absorve (subtrai) uma ou mais das radiações da luz branca. A cada sobreposição de um pigmento, diminui o número de radiações refletidas, até conseguir a ausência absoluta de toda radiação, isto é, a sensação de preto, fim da mistura subtrativa.

As cores básicas da mescla subtrativa são o amarelo, o ciano e o magenta. Essa escolha se deve ao fato de que o pigmento de cada uma das três cores não é o resultado da combinação de outros. Pelo contrário, da mistura desses pigmentos, de dois em dois ou de três em três, em porções oportunas, pode-se obter uma vastíssima gama de outras tonalidades.


Rosácea Cromática


Rosácea cromática para cores pigmento-opacas
É uma das formas mais comuns de visualização das cores. Gravar bem a disposição das cores na rosácea é muito importante para se entender as várias formas de harmonização das cores. É também chamada de círculo cromático. Essa rosácea foi criada a partir da combinação de cores-pigmento opacas (as tintas usadas nas artes plásticas) e ela é o sistema de referência para a harmonia e combinação de cores.

Valor ou Intensidade Tonal

     O valor ou intensidade tonal pode ser definido como a relativa luminosidade ou escuridão de um objeto. Ele é intrínseco a toda composição, já a cor, não necessariamente. Conhecer os princípios de cor e de valor é importante para adicionar dimensão e profundidade ao trabalho de comunicação visual.


Um projeto bem-sucedido geralmente precisa funcionar bem em preto e branco. O valor, assim como o contraste, faz parte do design logo que alguma imagem é colocada no formato.



Todo elemento adicionado ao formato automaticamente traz algum valor consigo, algo entre 1% a 1OO% de preto.

O valor de cada elemento é relativo aos outros elementos e ao fundo sobre o qual é colocado.  

Quanto maior a diferença de valor entre o objeto e o fundo, maior o contraste. A força de afirmação é maior quando o elemento que está colocado sobre o fundo for mais destacado. Por outro lado, mais suavidade é criada usando-se valores mais sutis e menor contraste.

Criando sensações

A criação de movimento, direção e hierarquia de leitura é estabelecida quando um dos elementos é mais escuro do que o outro. Quando o formato está cheio de elementos de igual valor, estes terão a mesma importância (o que cria uma sensação de mesmice). O olho tende a ir primeiro para as formas que tem mais contraste é assim que se pode estabelecer um caminho de leitura, uma hierarquia visual por meio da intensidade tonal.

O valor é o princípio da estrutura que tem maior poder para criar uma sensação. O uso correto dos valores pretos, brancos e cinzas ê pode adiciona força ou mudar o clima do trabalho.







Características das Cores

Os vários aspectos da modulação que definem nossa sensação de cor são indicados por três aspectos: tom, saturação e luminosidade.




Tom ou matiz (em inglês hue) - É a característica qualitativa de uma cor, que se especifica com os termos azul, vermelho, verde, amarelo, etc. Esse conceito é ligado diretamente ao comprimento de onda de cada radiação.

Luminosidade ou brilho (claridade – brightness ou value)-Consiste na capacidade de cada cor-pigmento de refletir a luz branca que recebe. Na pintura e nas artes gráficas, modifica-se a luminosidade adicionando-se preto ou branco aos tons, pois o preto absorve parte da luz que as cores refletem.

Saturação (saturation, chroma ou intensity)- É a característica quantitativa de uma cor. É a “vividez da cor”, o seu grau de pureza. Quando uma cor está presente na sua força e pureza máxima, mais próxima a seu comprimento de onda, sem adição de branco ou preto, diz-se que atingiu sua saturação máxima.

Lembre-se
O poder de excitação de estimular a atenção de uma cor provoca, não depende unicamente de sua tonalidade, luminosidade ou saturação próprias, mas também da superfície que ocupa e das cores vizinhas (sobretudo do fundo).

O que é a cor?

     A luz emanada de uma fonte ao incidir sobre a superfície de um objeto, sofrerá uma ação seletiva sendo refletida ou absorvida em parte ou todo.

Por meio da luz emanada das fontes luminosas os objetos se fazem visíveis. As superfícies dos corpos podem refletir ou absorver luz, exercendo uma ação seletiva sobre todas as radiações que as atingem, ou sobre uma parte delas. A resultante ao atingir nosso aparelho ocular nos induz a classificar determinada cor.

Cada cor corresponde à determinada freqüência do espectro visível da radiação eletromagnética, mensurável em valores de freqüência ou de comprimento de onda. A cor, por não ter intensidade própria, depende diretamente da luz. Assim, a cor não é uma matéria, nem uma luz, mas uma sensação.

O Espectro Solar

     O espectro da luz solar consiste na separação das cores componentes dessa luz através de um prisma ou com outro dispositivo chamado rede de difração. Ou seja, um raio de luz branca, luz solar ou de qualquer outra fonte equivalente, atravessa um prisma de cristal que se decompõe nas distintas cores que são vistas pelo olho humano e que são chamadas as cores do arco-íris: violeta, azul-violeta, ciano, verde, amarelo, laranja e vermelho.






segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A Textura

O que é textura visual?

A textura pode ser definida como um objeto visual que transmite uma característica táctil, ou ainda como uma trama criada por elementos muito próximos. É um espaço preenchido com o intuito de gerar interesse e distinção visual sem definir nenhuma imagem específica. Podem ser geométricas e orgânicas.


Características perceptivas:

- elemento secundário
- ativas nossa memória sensorial
- produz uma experiência sensível

 Função na composição

1. Ela é mais usada como um elemento secundário para reforçar uma idéia, do que como um elemento básico para comunicar um conceito.

2. É um elemento visual que, com freqüência, serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato.

3. É possível que uma textura não apresente qualidades táteis, mas apenas ópticas como no caso das linhas de uma página impressa, dos padrões de determinado tecido ou dos traços superpostos de um esboço. No entanto, o significado intelectual é o mesmo.

4. A textura deve funcionar como uma experiência sensível e enriquecedora.

Lembre-se
O significado se baseia naquilo que se vê em relação ao amplo universo de memórias e experiências pessoais.


Ao utilizar texturas tenha em mente os seguintes aspectos:

1. Conceito
2.Criatividade
3. Exagero e a decoração
4. Legibilidade
5. Simplicidade
6. Sutileza
7. Contraste

A forma

O que são formas?




As formas podem ser descritas como qualquer elemento que define um espaço. Elas são definidas por linhas, cores, massas visuais variadas.

Características perceptivas:

- suas qualidades visuais serão o "tema" mais profundo da peça
- existe um forte conteúdo associativo em todas as formas
- todas as formas traduzem direções visuais

Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero. Cada uma das formas básicas tem suas características específicas, e a cada uma, atribui-se uma grande quantidade de significados.

Ao quadrado associam-se enfado, honestidade, retidão e esmero

Ao triângulo, ação, conflito, tensão; ao circulo, infinitude, calidez, proteção. 

As formas básicas expressam as três direções visuais básicas: o quadrado, a horizontal e a vertical; o triângulo, a diagonal; o círculo, a curva.


Direções Visuais:


1. A referência horizontal-vertical constitui a referência primária do homem, em termos de bem-estar. Seu significado é relacionado com o organismo humano e o meio ambiente e com a estabilidade em todas as questões visuais. Todas os objetos desenhados e construídos pelo homem necessitam de equilíbrio, assim como ele próprio.

2. A direção diagonal tem referência direta com a idéia de estabilidade. É a formulação oposta, a força direcional mais instável e, conseqüentemente, mais provocadora das formulações visuais. Seu significado é inquietante, perturbador, dinâmico.

3. As forças direcionais curvas tem o seu significado associado à abrangência, à repetição e à calidez.


Importante: Além das formas "sólidas" presentes na composição, preste sempre muita atenção às formas que são formadas pelo olho, mediante a interligação de pontos.


A função de forma

A forma quando acrescentada ao formato torna-se instantaneamente o tema desta peça, tanto pelo conteúdo quanto pela forma. Esta é a principal função da forma. Ela pode contribuir ou desviar o observador da idéia a ser comunicada. 

Organização do espaço

As formas são geralmente usadas para manter o interesse de quem vê e também para separar e organizar o espaço. As formas - fotografias, ilustrações ou simplesmente áreas coloridas ou texturas - podem servir como um alívio para o leitor quando a página tem muito texto. Elas podem quebrar o texto em pedaços menores, o que, psicologicamente, ajuda na leitura.



Dirigindo o olhar

As formas podem guiar a visão do leitor para ajudá-lo a compreender o conceito.

Lembre-se 
O olho, automaticamente, quer encontrar o início e o fim de qualquer mensagem visual. Quer entender o todo e buscar o equilíbrio.




A linha ou alinha?

O que é linha?


Uma linha pode ser definida como um ponto em movimento, ou a trajetória do movimento de um ponto.




 Pode ser formada de várias maneiras. Por exemplo:

- Pela aproximação de um conjunto de pontos . Nesse caso, há um aumento da sensação visual de direção e a cadeia de pontos se transforma em uma linha.

- Pela junção de duas superfícies de cor. Nesse caso podemos dizer que a linha "aparece" entre as duas superfícies.

Algumas características perceptivas da linha:

1. Direcionamento do olhar e geração de unidade

2. Expressividade: a 
linha pode assumir formas muito diversas para expressar uma grande variedade de estados de espírito, reforçar uma idéia ou transmitir um sentimento. Ela pode ser grossa ou fina, longa ou curta, curva ou reta, bem definida ou não, composta por elementos variados, como: bolinhas ou tracinhos.






  • 3. Organizar o espaço


  • 4. Criar uma estrutura visual

  • 5. Criar uma sensação de cor ou de textura

  • 6. Auxiliar na pré-visualização 



  • Efeitos das linhas de modo geral:

    • Vertical - atrai o olhar para o alto.
    • Horizontal - impressão de repouso, descanso
    • Curva - sensação de movimento, instabilidade, doçura, graciosidade, alegria. Pode ser usada para sugerir um fluxo, um movimento, uma direção.
    • Linha reta - vertical ou horizontal -  impressão de tranqüilidade, de solidez, de serenidade. Linhas verticais tendem a sugerir ação organizada.
    • Linha Diagonal - tensão, ação.
    • Linha fina - delicadeza.
    • Linha grossa -  energia.
    • Linha carregada -  resolução,  violência.
    • Linha comprida - sentimento de vivacidade.
    • Linha curta - sentimento de firmeza.


      Lembre-se

      A linha contribui para a definição do estilo da composição, ajuda na organização do espaço e direção do olhar.

Ponto.

O que é ponto?

É o elemento mais simples da comunicação visual.

Dentro da comunicação visual, o ponto é um indicador de espaço na superfície. Numa composição os pontos se ligam uns aos outros, "desenhando" uma forma geométrica, criando uma determinada configuração visual.

Como apenas uma página em branco pode ser considerada livre de tensões visuais, ao inserimos um pequeno ponto numa página ele cria, imediatamente, uma tensão visual no formato.Essa tensão pode ser considerada uma força perceptiva que, por sua vez, é traduzida por uma sensação.

Organização do espaço

Todo ponto tem um grande poder de atração visual sobre o olho. Esse é o grande poder do ponto numa composição visual: atrair o olhar. Além dessa característica os pontos são responsáveis por ajudar a criar a configuração da página pois eles tem a capacidade de se unirem visualmente, formando uma figura geométrica imaginária. Assim, observados numa composição, os pontos se ligam e são capazes de dirigir o olhar. Quanto maior a proximidade dos pontos mais fácil se torna a condução do olhar.

A função de ponto

Elementos que não são propriamente um ponto. Devido às suas características, dimensão, orientação, em relação a os outros elementos da página podem assumir a "função de um ponto" numa composição. Nesse caso, esses elementos incorporam as características perceptivas do ponto (atração visual e definição do espaço e da configuração por exemplo)
Quando um elemento funciona visualmente como um ponto na composição isso significa dizer que esse objeto está disposto como um núcleo reduzido e isolado de atração visual.

Uma letra sozinha, uma área de cor, um pequeno bloco de texto, uma ilustração são alguns exemplos de elementos que podem assumir a função de ponto numa composição.

A determinação da função de um elemento na composição é um processo relacional. Um elemento só pode ser considerado um ponto quando o seu tamanho, EM RELAÇÃO, aos outros elementos e ao formato como um todo for reduzido.








Formato

O que é o formato?

É qualquer área na qual serão posicionados os elementos que constituirão a composição visual. Não é considerado propriamente um elemento do design gráfico. Ele é o suporte visual, a abertura da janela, o cenário básico da obra visual.

No entanto, ele é muito importante. Um bom layout, pode se transformar em ótimo, pelo simples uso de um formato criativo.

Na escolha do formato devem ser analisadas tanto considerações criativas como práticas.





Considerações criativas

1. Efeito no público 
É o ponto mais importante para a decisão da forma e do tamanho do formato. É necessário, portanto, um conhecimento prévio do público.

2. Tradução de sensações 
Os formatos traduzem e produzem sensações. Ex.: Uma encadernação muito grande pode dar a sensação de luxo ou grandeza; uma peça bem pequena sugere delicadeza ou qualidade.

3. Adequação do conteúdo à forma 
Um formato apropriado realça a comunicação visual. A mensagem do projeto é enfatizada quando situada num formato apropriado. Uma mensagem colocada num formato inapropriado perde força diante do público.

 Considerações práticas

1. Perfil do público 

2. Perfil do conteúdo 

3. Quantidade e qualidade da informação 

4. Custos de produção e custos adicionais 

5. Condições tecnológicas 

Lembre-se
O equilíbrio entre as considerações práticas e criativas depende da experiência e da atualização do profissional. Mantenha-se sempre informado sobre as novidades e tendências do mercado!

Elementos Visuais

São a matéria-prima de toda a informação visual e formam um amplo conjunto de opções e combinações seletivas. Entre eles: o ponto, a linha, a forma, a textura, a cor, o valor, a letra...

A estrutura e o conceito da obra visual são o que determinam quais os elementos que deverão estar presentes na composição, bem como a ênfase que será dada a cada um deles.

Lembre-se:

1. A obra visual deve ser concebida para existir como uma totalidade equilibrada, com suas partes interconectadas.

2. Uma das formas de analisarmos uma obra visual é decompô-la em seus elementos constitutivos e analisar as relações que se estabelecem entre eles.

3. Saber que elementos incluir ou excluir, quais são necessários e quais desnecessários, é o que determina a habilidade do comunicador visual.

4. As possibilidades de combinação são infinitas. O melhor layout é feito com os elementos mínimos necessários para comunicar a idéia.





Unidade 4 : Introdução

"Toda receita se compõe de ingredientes. 
Todo objeto se compõe de moléculas básicas. 
A língua se compõe de palavras que são organizadas por meio da gramática" 

Assim também a linguagem visual se compõe de elementos visuais básicos que são o ponto, a forma, a linha, a textura, a letra, a cor e o valor. É a partir da organização desses elementos em um suporte, uma página que nasce a mensagem visual.

Cada elemento adicionará um tipo de significado e também será responsável por dirigir a leitura da página.Assim, cada elemento vai trazendo a sua contribuição para a mensagem final, a composição final da peça gráfica.

Para compreender o significado das peças gráficas precisamos compreender:

1. o significado que cada elemento carrega em si
2. a função que esse elemento ocupa na leitura da peça
3. e que o significado que vem da organização, de uma determinada disposição dos elementos na página.

O seu significado final parte da soma dos significados parciais adicionados por cada elemento. Mas vai além, pois interage com o universo subjetivo do leitor.
Como o objetivo de todo processo de comunicação é que a mensagem seja entendida como foi projetada, é necessário que os comunicadores visuais tenham o máximo de conhecimento da linguagem visual, seus elementos e princípios organizativos.

O grau de domínio da linguagem determina, em muito, o poder de comunicação de uma peça. Nesse sentido podemos compreender que um bom trabalho de composição visual envolve tanto a intuição e o sentimento como também um esforço racional, inteligente, um processo de análise e síntese, de transformação e tradução de idéias e sentimentos em imagens e formas.

O grande desafio do comunicador é escolher apenas o número de elementos necessários para a transmissão visual do conceito. Além disso o comunicador deve saber dirigir a leitura corretamente, organizando adequamente os elementos na página, dirigindo o olhar.